Fórum de Ideias | Donald Trump e as Anedotas Perigosas

Nas últimas semanas tenho visto e lido coisas que me têm deixado de cabeça à roda à conta deste assunto. E porquê falar disto aqui, neste Portugal pacatinho e à beira das suas próprias eleições?

Paralelismos. Discursos vazios de significado, e cheios de números. E números não fazem um país, mas as pessoas sim. Deixo a interpretação disto à vossa disposição, não vou entrar aqui em discussões partidárias, pelo menos para já. 
Felizmente, na minha opinião, a idiotice ainda não chegou a este nível cá em Portugal.

Foto: Reuters
Em todo o caso, e seguindo o tema deste post, assusta-me como alguns cidadãos de um dos países mais poderosos do mundo podem estar dispostos a entregar esse poder a um homem como Donald Trump. Não sei se ria ou se chore.



Por partes:

  1. Um homem filho de emigrantes, pai americano e mãe escocesa, e neto de alemães, usa a expulsão dos emigrantes nos EUA como uma das suas grandes bandeiras de campanha. Espantoso como o populismo consegue anular qualquer réstia de memória (fonte);
  2. Auto-proclamado self-made-man, na realidade herdou a empresa do pai e, aparentemente, não fez grande serviço. Não negando o crescimento que de facto conseguiu trazer ao seu império, na década de 90 e novamente em 2009 este abriu falência, conseguindo recuperar apenas graças a diversas manobras de re-branding, fechos, perdões e tácticas comerciais duvidosas (fonte);
  3. Discurso vazio, sensacionalista e demagogo. Já disse tudo e o seu contrário. Não digo mais quanto a isto, não será necessário, deixo-vos apenas a página referente às suas propostas aqui (mais uma vez a expulsão dos emigrantes em destaque. A quantidade de barbaridades escrita relativamente a isso e ao seu querido muro é espantosa, leiam.) e ainda o seu fabuloso Twitter;
  4. A sua xenofobia (e estupidez) consegue alcançar cúmulos tais que o levam a fazer figuras muito tristes que, para qualquer pessoa com dois dedos de testa, apenas comprovariam a sua incapacidade de exercer um cargo de tamanha responsabilidade. Expulsou de uma conferência de imprensa um dos jornalistas mais conceituados no México, sem qualquer problema - vejam o vídeo e digam-me lá se isto não é democracia ao seu mais alto nível - not!
  5. Uma boa parte dos Republicanos americanos considera este senhor um homem de bem, capaz de liderar uma nação como os EUA and make them great again (fonte). Depois do que disse nos pontos anteriores, não consigo comentar isto. Felizmente, a generalidade dos americanos não partilha a mesma opinião. Ufa. As reuniões da ONU e da NATO haviam de ser muito bonitas com este marmanjo lá.

Para fechar em bom, deixo-vos este artigo da Visão que sim, é faccioso, sim, apresenta uma visão parcial da realidade, e sim, apesar de ser impossível estar completamente a par da realidade da vida deste homem e de tudo o que diz e faz, parece-me óptimo para ter uma visão sobre o assunto.

Não, este homem não é corajoso ao dizer o que mais ninguém diz. É parvo mesmo.

E sim, por aqui também se fala de política. Vibro um bocado com estas coisas, confesso. Provavelmente vou ter que me aguentar bastante para não mandar umas larachas durante a campanha. A ver vamos!

Já vos afugentei ou ficam por aí? 


4 comentários :

  1. Subscrevo cada palavra e fico à espera dos posts na campanha!
    S.

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    1. É pouco provável que passe os próximos dias sem mandar um ou outro bitaite - vai espreitando! :p *

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  2. Finalmente alguém diz umas verdades sobre este assunto! Não sei como é possível alguém considerar sequer por 2 segundos a possibilidade deste senhor (?) presidir um dos países que mais influencia os mercados mundiais, ou seja, que tem influência em quase tudo o que faz parte do nosso quotidiano. Não me afugentaste de todo, ainda me deu mais vontade de ficar por aqui!

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    1. Fico muito contente, Diana ;)

      Esse é um dos meus medos, a manipulação e a falta de bom senso caso este ... senhor ... fosse eleito ia ser uma constante e claramente ia influenciar o destino de todos nós (e digo fosse porque ainda tenho esperança no mundo e acho mesmo que não vai ser). Mas o lado humanitário - ou a falta dele - é ainda mais gritante, não entendo mesmo o que pode passar pela cabeça dos republicanos que o apoiam!

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