Personal | 4 anos a andar de carrinho

Algures em meados de Fevereiro o Facebook mostrou-me, nos seus constantes throwbacks, uma foto que partilhei só com os meus amigos mais próximos de um momento que me marcou: o dia em que me foi posta na mão a chave do meu bóguinhas, há 4 anos atrás!


"Herdei-o" do meu irmão, que passou a ter carro de serviço, e que por isso podia dispensar-me este a tempo inteiro. Pode parecer algo materialista, eu sei, mas foi sem dúvida das coisas que mais mudou a minha rotina - logo a seguir a tirar a carta de condução, claro está! Assim sendo, houve umas quantas coisas que fui aprendendo ao longo destes 4 anos:

1. Conduzir é das coisas que mais gosto de fazer, quando com calma. Picture this: Verão, vidros abertos, música chill no rádio, pôr-do-sol. Que tal?

2. Conduzir à noite, com chuva torrencial, é o pior castigo que me podem dar. Acho sempre que vou matar alguém pelo caminho;

3. A liberdade de poder ir onde quero e quando quero é uma coisa impagável;

4. E a sensação de alívio por não ter que chatear ninguém para me dar boleias ainda é melhor;

5. Tive muita sorte por os meus pais poderem sustentar o meu bóguinhas enquanto eu não trabalhava, o que prova que sou provavelmente uma menina mimada q.b.. Mas atenção, a ordem não é rica por isso passei grande parte do curso a usar o carro apenas ao fim-de-semana (os autocarros e metro existem para ser usados e para se poupar uns trocos!);

6. Agora que comecei a trabalhar, apercebo-me que a sorte foi mesmo gigante e que isto come dinheiro que é uma coisa parva. E eu não tive que o comprar, portanto imagino quem tem as despesas normais mais o pagamento do carro...;

7. Se fores dos poucos com carro num grupo de amigos, inevitavelmente vai haver alguém que se vai aproveitar disso e usar-te como motorista pessoal. À pala. 'Tá fixe, 'tá;

8. Não tens que te sentir mal por pedires ao pessoal para dividir despesas de viagens. Diz o meu eu racional. E depois o meu eu parvinho diz "oh deixa lá, é só desta vez. E da outra. E da outra...";
 
9. É preciso ter cuidado com datas de IUC, inspecção, orçamentos, locais onde estacionas, etc.. Já falei nos orçamentos? Pois...Resumindo: dose de responsabilidade extra;

10. Tenho uma autêntica arma nas mãos. Por muito que goste de conduzir, não me posso distrair porque a estrada é dos ambientes mais perigosos que há.

Eu sei, terminei esta lista numa nota negativa. Mas tendo em conta as maluqueiras que vejo na estrada todos os dias, acho que nunca é demais relembrar: só em 2014, houve 30 614 acidentes com vítimas em Portugal, de onde resultaram 39 171 feridos e 482 mortos (Fonte).

Em todo o caso, as vantagens compensam toda a responsabilidade que traz. É preciso juízo, cuidado e controlo, mas a liberdade de poder ir onde quero e quando quero é algo que eu, do alto do meu nariz empinadinho de gaja independente-wannabe, e desde que possa, não quero abdicar! E por isso, deixo um agradecimento público aos meus pais que sustentaram os meus "vícios" enquanto estudava, e que me ajudam agora porque...bom, acidente/avaria/susto = "oh Paaaaaaaai!" - quem nunca? Ahah!

Condutor@s de serviço, o que acrescentavam a esta lista?


22 comentários :

  1. Conduzir alterou muitas coisas na minha vida também. A lista é infindável, e até já andei a cozinhar um post sobre isso.

    O ponto mais positivo é sem dúvida a liberdade, que torna possível ir a qualquer lado, até ver o mar ao fim do dia, se apetecer. E o pior é mesmo o stress no trânsito, sobretudo devido a chico-espertos ou azelhas. :)

    Parmim

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    1. Ahah esqueci-me de falar dos chicos espertos! Azelhas chateiam, mas uma pessoa perdoa. Mas os chicos espertos...às vezes digo que se fosse rica me estampava neles de propósito só para lhes estragar o dia xD

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    2. Tal e qual, Joana. Aliás, dentro dos azelhas, admito que até tenho dois pesos e duas medidas, e se forem velhinhos ou muito novinhos, nem me custa tanto. Mas os chicos!!! Aii, fazem de mim uma pessoa mais cinzenta. :p
      No outro dia ouvi uma história "engraçada", um ricaço que se espetou de propósito contra um chico-esperto que lhe tinha roubado o lugar de estacionamento pelo qual estava à espera há mais tempo. No meio da confusão, o ricaço ainda fez questão de dizer "a vida não está para os espertos, está para os ricos!". :)

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    3. "Fazem de mim uma pessoa cinzenta" é muito bom! Ahah olha, não sabia que havia mesmo justiceiros com dinheiro a mais!

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  2. Concordo contigo...carrinho meu só o consegui comprar em outubro do ano passado, mas ao menos já comprei algo que à maneira xp até lá era a carripana dos pais e também não sabia o que era pagar a gôta...agora uii x)
    Mas é muito bom andar para lá e para cá sem chatear ninguém.
    kiss

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    http://inspirationswithm.blogspot.pt/2016/03/its-my-birthday-giveaway.html

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  3. O que seria de mim sem carro.. Por acaso no meu curso tenho de fazer muitos estágios em sítios que se distanciam mais de 60 km e onde os transportes publicos são uma miragem, portanto sem carro seria complicado. Sabes, sendo da Madeira adquiri uma condução muito defensiva e muito habituada as curvas e contra curvas e estradas estreitas. O que noto no Continente é mesmo falta de experiência em estradas mais complicadas e muita falta de prudência.. e manobras perigosas (Tipo utrapassarem pela direita o carro que está a fazer sinal que vai passar para a via mais à direita.. a sério.. autenticos assassinos profissionais)

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    1. Isso é um ponto interessante! O pessoal conduz mesmo à doido - e contra mim falo, que não tenho uma condução tão defensiva assim, mas manobras à maluca não é comigo. E tu deves ter tido um treino impecável! Lá está, é uma ferramenta essencial, mas há que ter cuidado com ela!

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  4. Não tenho carta por opção, mas vejo razão em muitos dos teus pontos. Gosto de andar de transportes públicos, mas ter conduzir dá uma grande liberdade. Como também não posso comprar um carro, tirar a carta seria assim um bocado inútil. Talvez um dia pense melhor no assunto!

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    1. Sim, eu também gosto - por acaso é das coisas que, quando comecei a trabalhar, me fez mais diferença, estranhamente :p os transportes cá no Porto são bastante calminhos! Relativamente à carta, quando a tirei foi para andar com o carro da minha mãe, para ir a ensaios à noite, dar umas voltas, etc. Depois lá em saiu a sorte grande :)

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  5. Estou na mesma situação que a Nádia. Como não posso comprar um carro, tirar a carta só porque sim, não vale a pena. Confesso que a ideia de estar completamente responsável por um carro ainda me assusta, mas só de pensar que teria liberdade e sossego de de ir para onde quisesse e ter o controlo da música e respectivo volume ... nice.

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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    1. É muito porreiro :) mas eu sou daquelas que acha que vale sempre a pena ter a carta, mesmo que só haja um carro em casa para toda a gente - quando a tirei, como disse à Nádia, foi para andar a pedir o carro emprestado, e olha, deu-me muito jeito na mesma!

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  6. Eu tenho carta e percebo bem do que falas. Para ser sincera, já não conduzo há muito - em parte porque também não tenho um carro só meu. Sei que quando o adquirir terá de ser com o meu dinheiro. Eventualmente, até poderia comprar um carrito em segunda mão com o que já tenho, mas, lá está, tal como tu disseste, o problema é a manutenção! :p
    Beijinho*

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    1. Olha que há por aí bons negócios, é uma questão de estar à espreita! Os carros lá de casa são em segunda-mão, incluindo o meu, é preciso é ter atenção para não sermos aldrabados! :p Se conheceres um mecânico de confiança podes sempre pedir-lhe para te acompanhar nas visitas :) agora combustível, impostos, etc...não há como fugir!

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  7. Olá querida :) A sensação de independência e liberdade é o que mais me marcou quando comecei a conduzir. Sinto imensa falta, mas sempre quando posso gosto de pegá-lo na autoestrada. Detesto conduzir em Lisboa!!!
    Beijinho
    http://themarielement.blogspot.pt/

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    1. Aff não estás sozinha - levar o carro para Lisboa é um castigo para mim, muita confusão :p ahah!

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  8. Eu adoro conduzir! Tirei a carta aos 18 anos mas só tive o meu carro quando comecei a trabalhar, até então andava com o da minha mãe! Mas ter o nosso próprio carro dá-nos outra liberdade (e muitas despesas, como bem referes!!). No próximo mês tenho IUC, revisão e essas cenas todas para pagar e até já me dói a carteira só de pensar nisso :/

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  9. Eu ainda não tenho carro, mas sei bem a falta que o carro faz. É uma liberdade que não conseguimos ter com os transportes públicos.

    Beijinho
    Daniela
    Blog Cidade do Pecado | Facebook | Instagram | Snapchat: cidadedopecado

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  10. concordo com tudo na tua lista! embora não goste especialmente de conduzir, adoro a cena de poder ser independente. e eu conduzo sempre com cuidado porque tenho medo de atropelar algum animal, estou sempre atenta!

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  11. Concordo contigo. É útil, traz-nos mais independência, é uma grande chatisse financeira e pode ser um perigo. E também tenho essa imagem dos cabelos ao vento, musiquinha à maneira e open road. :D

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  12. O ponto 2, compreendo tão bem, sinto exactamente o mesmo :'D Também não tive de comprar o meu carro, paguei a carta com poupanças que fiz, os pais o carro. Isto tudo para eu não perder a prática, caso contrário nunca teria carro disponível e desaprendia tudo (aliás, recordo-me que já estava a ganhar medo à condução). Ainda não tive nenhum acidente (felizmente!) mas sei perfeitamente que tenho uma arma nas mãos. Tenho muito respeito pela condução, isto é, tenho noção do perigo que posso ser e gosto de ter cuidado... Ainda que às vezes me passe completamente com outros condutores e a vontade de lhes riscar ou amassar o carro seja muita -.- Também gosto de conduzir e ter deixado de pedir boleias constantemente foi um alívio, porque também sou uma independente "wannabe", quero ao máximo ter a minha independência e não ter de aborrecer os outros com a minha vida!

    Aonde (não) estou

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    1. É preciso ter muita cabeça mesmo. Mas nunca, nunca deixar o medo chegar, porque os acidentes acontecem, e nem é preciso estarmos a andar de carro para isso, portanto não vale a pena o stress! Mas lá que é óptimo para treinar o anger control, é :p ahah!

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